Nicoadala: Vendaval mata e destrói 100 casas

Deste modo eleva-se para trezentas e noventa e uma casas e quatro salas de aulas destruídas devido ao vendaval que afectou nos últimos dias os distritos de Mopeia, Chinde, Inhassunge e Nicoadala. Dados apurados pela nossa Reportagem indicam que o vendaval iniciou em finais de Novembro, com a destruição de 22 casas no bairro de reassentamento de Noroe, no distrito de Mopeia, quatro salas de aulas em Inhassunge, 269 em Chinde e 100 casas no distrito de Nicoadala.
O Delegado do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades da Zambézia, João Zamissa, disse à nossa Reportagem que não há neste momento pessoas desalojadas, uma vez que os donos das casas destruídas total ou parcialmente foram acolhidos por familiares e vizinhos.
Equipas técnicas das Comissões Técnicas Distritais de Emergência estão a fazer um levantamento mais exaustivo nos três últimos distritos afectados pelo temporal, nomeadamente Nicoadala, Chinde e Inhassunge, uma vez que a situação no distrito de Mopeia voltou à normalidade depois de se ter concluído com sucesso a reconstrução das casas pelos respectivos donos.
João Zamissa disse que a província já está a monitorar o alerta laranja, apesar das principais bacias hidrográficas se manterem estáveis, designadamente Licungo, Zambeze e Chire.
Entretanto, 72 742 pessoas poderão ficar afectadas em caso de ocorrência de cheias num cenário máximo. Se os efeitos das cheias forem mínimos este número poderá baixar para 56 200 pessoas. A cifra total da população dos catorze postos administrativos mais vulneráveis representa 9.5 porcento do total dos habitantes da província da Zambézia, estimados em 3.8 milhões de pessoas.
A província da Zambézia traçou vários cenários, sendo aquele um deles, o das cheias. Em caso de ocorrência de vendavais o número estimado de pessoas numa situação máxima é de 178980 afectados e o mínimo é de 93 370 nos distritos de Pebane, Maganja da Costa, Gilé e Morrumbala.
Se for o caso de seca, 60 000 pessoas poderão estar afectadas num cenário máximo, sendo 15 mil num cenário mínimo.
Outras informações disponíveis indicam que o Instituto de Gestão de Calamidades já começou a pré-posicionar meios e bens de socorro nos distritos considerados vulneráveis a inundações. Os distritos de Chinde, Mopeia e Maganja da Costa já receberam barcos e medicamentos para os primeiros casos.
Na reunião técnica de ontem, os parceiros do governo, nomeadamente as organizações não-governamentais reforçaram o apoio. O Conselho Cristão de Moçambique, por exemplo, diz que tem oitocentos cobertores, a Acção Agrária Alemã tem 500 cobertos e um barco pronto para ser usado, a Save the Children tem 530 kits de sobrevivência e a Cruz Vermelha de Moçambique tem disponíveis 100 tendas.
Dados em nosso poder indicam que o Plano de Contingência do Governo da Zambézia está avaliado em mais de 18 milhões de meticais. Estes fundos referem-se ao cenário mais violento das cheias.
- JOCAS ACHAR
2 comentários:
Lamento o vendaval e as tristes consequências...Lembro-me das cheias em Janeiro..Lembro-me de ver os arrozais alagados, ali no quilómetro cinco quase até ao aeroporto e do outro lado a chegar a Namacata...foi em 1972 (a maior das cheias) se a memória não me falha...
Mas no meio de toda esta desgraça há algo que me deixou feliz: a solidariedade zambeziana é a mesma da minha terra"foram acolhidos por familiares e vizinhos".
Um abraço a esse povo maravilhoso!
Graça
Vivi três anos em Quelimane e lembro-me dessa cheia de 1972. O meu pai era maquinista dos CFM, e ficou retido uns dias em Nicoadala porque a linha estava cortada.
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